sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Do tempo da vovó, mas incrivelmente úteis: conheça as penas metálicas

   Hoje chegaram as 7 penas metálicas que eu havia encomendado aqui. Mas não pensem que eu sou rico, tá? Tudo que adquiro é com um certo esforço. Sobre a minha compra no Mercado Livre, aproveito a situação para dizer que o site é extremamente confiável, desde o momento que o vendedor tenha uma boa reputação (verde ou maior naquela escala) e que tenha poucas, mas justificadas, ou nenhuma qualificação vermelha.

   Voltando às penas. Vocês aqui já devem saber o que elas são. Não? Então vou explicar rapidamente. Há milhares de séculos há certo tempo atrás, quando não existiam canetas esferográficas, o pessoal costumava escrever com bico de pena (ou somente pena), uma peça metálica que possui um tipo de canal, onde a tinta se aloja quando essa peça é molhada.



   E qual é a vantagem de adquirir um material já obsoleto? Simples: ele não está tão obsoleto assim. A capacidade de conseguir traços de diferentes espessuras é a mágica por trás desse material: se você utiliza muita pressão, o traço sai grosso; agora, se você pressiona pouco, o traço sai incrivelmente fino (essa última qualidade é fundamental para hachuras e detalhes). Só que nem tudo é perfeito... O problema maior no seu manuseio é justamente o manuseio em si, que é trabalhoso e perigoso, esse último porque o nanquim (a tinta utilizada com a pena) é muito escuro, tendo a incrível capacidade de sujar toda a sua mão e todo o seu trabalho! Por isso, cuidado com ele.

   Como eu havia dito, hoje chegaram as penas metálicas que comprei no Mercado Livre. Só que elas não são utilizadas assim, pegando a pecinha, molhando com nanquim e desenhando. Precisa-se de uma base, tal como o lapiseira + grafite. Até existem corpos prontos para encaixar as penas, só que eu sou uma pessoa que não curte gastar horrores. Utilizando a dica do livro de desenho do Arthur Garcia (vale muito a pena comprá-lo) e a minha criatividade, resolvi pegar um corpo de caneta hidrocor já gasta (não me perguntem o que ela estava fazendo aqui) e várias tampas de outras canetas velhinhas. Aquecendo uma faca e fazendo uma abertura em cada tampa, pude encaixar as diferentes penas.












   Encaixei uma das tampas modificadas no corpo da caneta hidrocor.





   Esse foi o espetacular resultado:




   E agora? Agora é hora de testar cada uma dessas pontas, para conhecer seus limites. Nessa tarefa, utilizei essa marca de tinta nanquim:




   Como o orifício desse recipiente não permitiu a entrada das novas penas metálicas (isso não acontecia com minha antiga pena "mosquitinho"), o jeito foi colocar um pouco de tinta na tampa do próprio recipiente. Aí as penas entraram.




   A partir daí, foi só testar (estou acostumado com testes em laboratório no meu curso). Para cada pena, fiz um traço longo variando a pressão imposta; letras "e" em sequência; um círculo que se fecha sobre si mesmo; ondas; no lado esquerdo, hachuras feitas com a pena com o lado vazio pra baixo; no lado direito, hachuras com a pena com o lado vazio pra cima.




   Escaneando, obtive isso:



   Pode-se obter várias conclusões. Uma delas é que, para traços mais finos, o recomendável é utilizar as penas presas nas tampas preta e verde. Para traços bem fortes, a branca se mostrou a melhor. Em termos de espessura, qualifico a violeta como mediana. Esse foi um outro teste, feito com minhas canetas:




   Dá pra ver que a Pilot Office Pen Hidrográfica 1.0 mm produz um traço fino, mas não tanto quanto o da pena na tampa verde. Agora que tenho uma ideia das características de cada pena e de cada caneta, basta utilizá-las em trabalhos reais.

   Dica de livro: qualquer um de desenho do Arthur Garcia, encontrado em bancas de jornais e possivelmente na internet. Esse aí veio com 3 DVD's ensinando várias coisas legais, passo a passo.




   Por hoje é isso!

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