terça-feira, 27 de agosto de 2013

Novas técnicas e novos materiais: Zé Carioca cheio de estilo

   E aí, galera bonita elevado a menos um, tudo tranqs?

  Ontem fiz algo que não é a minha praia: pernoitar. O que levou-me a isso foi um ótimo flow mental, conseguido por brilhantes execuções de músicas clássicas ao violão (Ana Vidovic) e ao piano (João Carlos Martins). Acabei indo dormir só depois de concluir o trabalho desse post (próximo das 7:00 h da manhã), e acordei "apenas" às 14:30 h, pronto pra devorar um delicioso ensopado.

   O trabalho que segue está repleto de novidades. Vamos analisar parte por parte.


1. Rascunho




   Perceberam como o rascunho está mais limpo do que de costume? Depois em linko aqui o "Tecladista" que desenhei, aí vocês notarão a diferença.

   Acontece que utilizei um lápis azul para esboçar o personagem. Exato, um lápis azul. E por quê? Bom... Nas minhas pesquisas acerca das histórias encomendadas pela Abril aos argumentistas, roteiristas, desenhistas e arte-finalistas da década de 80 e 90, pude encontrar um trabalho esboçado totalmente em azul (depois eu linko esse site aqui também). A finalidade dessa cor seria esta: ao invés de se rascunhar à lápis (no meu caso, lapiseira 0,5 mm), arte-finalizar e depois se apagar o grafite, o que poderia danificar o desenho ou simplesmente tomar um tempo que talvez o artista não possua, bastava utilizar a cor azul pro rascunho, arte-finalizar e depois escanear o trabalho, programando o Scanner para apenas "ler" o que estivesse em preto. Útil, né? Podem ler mais sobre o uso do azul clicando aqui.

   Mas eu fiz diferente. Apropriei-me desse artifício com moderação: o azul apenas foi utilizado no esboço das formas básicas do personagem, que apresentei à vocês no estudo do Zé Carioca publicado aqui no dia 22/08/13, porém realizado no dia 21. Esse seria o padrão (clique aqui). Depois de fazê-lo em azul, bastou utilizar a lapiseira para definir rosto, membros posteriores e membros inferiores. Notem que é uma releitura do papagaio da primeira edição do seu Almanaque (primeira fase). Segui a dica dada pelos ilustres Luiz Podavin e Fernando Ventura, grandes desenhistas que trabalham atualmente na Editora Abril e que orientaram a copiar o malandro em diversas posições, à lápis e sem arte-finalizar. Esse último conselho não segui à risca, visto que, tal como o mestre Don Rosa fazia, gosto de arte-finalizar meus próprios trabalhos. Só as cores que não são lá muito apreciáveis.

   Separei esse material pra arte-finalizar.


¹ Tinta nanquim
² Caneta ponta grossa
³ Caneta ponta média
⁴ Caneta ponta fina
⁵ Pena metálica
⁶ Prancheta
⁷ Cadeira de praia hahaha. Acreditem, ela é ótima pra recostar e desenhar.


2. Uso de caneta ponta fina


   Adoro essa caneta! Antigamente utilizava, no lugar dessa ponta fina, uma da Faber Castell se não me engano. Custava R$ 9,00 e era tão boa quanto o preço sugere. O traço fica bem homogêneo. Até dá pra conseguir uma espessura menor com essa caneta, semelhante à de uma pena, entretanto é algo muito difícil pra mim, pois depende de uma leveza que não possuo ainda.


3. Uso de caneta ponta média



   Apliquei uma técnica nova pra vocês em meus trabalhos, porém já a utilizei uma vez na concepção de uma estampa de camisa (futuramente falarei sobre ela).

   O conceito é bem simples: imitar a linha deixada por um bico de pena, feito com pressão variada, onde o traço surge espesso e depois vai afinando. Este livro do Arthur Garcia explica isso direitinho; aliás, aprendi a técnica ao estudar esse material. Vantagens dela? Existem sim. O desenho fica muito mais bonito com essas irregularidades (eu chamo assim). Programas de computador podem simular esse efeito. Arte-finalistas podem consegui-lo através do Illustrator, que cria desenhos vetoriais, aqueles que nós ampliamos, reduzimos e ampliamos de novo sem modificar a qualidade dos mesmos.

   Viram aquela mancha ali? Foi uma correção que fiz com pincel e acrílico (a única tinta branca aqui em casa... não se esqueçam do meu pão-durismo). O gênio aqui quase que suja o desenho com nanquim! hahaha. Como eu já disse em outro texto: cuidado no manuseio dessa tinta, sempre.




   Utilizei uma outra pena também. Não sei se é impressão minha, mas essa de base preta é fornece um traço ligeiramente mais delgado que o da base verde.

   Desisti de usar a caneta de ponta grossa. Foi desnecessária.


4. Escaneamento

Fiz em três diferentes resoluções.

600 dpi


   Meus trabalhos até então têm sido escaneados nessa resolução. Não é pequena, como à 300 dpi, nem pesada e lenta para editar, como à 1200 dpi.



1200 dpi




2400 dpi

   Além da impressora gastar bastante tempo (e memória virtual) pra realizar algo do tipo, todo meu sistema operacional fica instável e trava quando tento simplesmente alterar o brilho e o contraste da imagem, antes mesmo de escurecê-la! Imaginem se eu fosse colorir isso! Não deu pra trabalhar como uma imagem tão grande.


5. Colorização


   Utilizei a versão à 1200 dpi. Aqui surgem os elementos de sempre, como a paleta de cores do Zé Carioca dos volumes da coleção Anos de Ouro e o uso do MS Paint.

   Fico por aqui hoje. Espero que tenham gostado desse resultado final! Ainda tenho muuuitos desenhos pra postar aqui.

    Até a próxima!

ATUALIZAÇÃO (04/09/13)

   Pintura digital, feita com o Paint Tool SAI. Ficou ou não ficou demais? Adorei! :)


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